quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

RAM ineficaz

Então não é que outro dia surgiu-me uma ideia brilhante para um novo texto para deixar aqui. Juro que era fenomenal. Comecei logo a criar uma linha de pensamento com diferentes direcções e conceitos associados. Era mesmo brilhante, cómico, interessante. Mas entretanto não a apontei e esqueceu-me... Estava a conduzir e não me foi possível apontar a epifania que tive. Uma pena.

Agora perdeu-se para todo o sempre porque a minha memória não é grande coisa. O Sr alemão já cá mora, provavelmente. E se não mora, está-se a preparar para lugar o espaço. É um T3 bastante espaçoso, eu percebo. Hoje em dia está difícil encontrar um espaço assim a um preço acessível e este c#%&"o vai consegui-lo à borla. Há gente com sorte. Este imóvel traz é alguma bagagem que até interessante, mas ouvi dizer que ele é bom a livrar-se dessas coisas. Com certeza dará bem conta do recado. À confiança.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Este ano é que vai ser!

Ano novo, vida nova. É o que dizem. Muda das 23h59 para as 24h e a malta acredita que vai ser tudo diferente. A diferença que um minuto faz, não é? 'Tá fixe. Mas não é só esta mágica de minutos que me interpela. Esta é uma época envolta numa série de tradições e costumes que já todos fizémos sem pensar muito no assunto, mas que se pensarmos bem, não têm muito sentido. Por exemplo:

1. A roupa. Como se a cor da roupa ou a novidade da mesma tivesse algum tipo de influência sobre os dias que se seguem. Vou vestir umas cuecas azuis para atrair boa sorte ou umas vermelhas para ser presenteado com o amor da minha vida, entre outras cores. O ano está mesmo a espreitar por debaixo da saia, feito tarado, para ver o que temos vestido, claro. E nós não fazemos queixa de assédio, porque vá, isso vai definir os próximos 365 dias. Pronto, para além disso vou também vestir uma roupitxa nova para combinar com o ano que, uau, também é novo. Isso e a tentativa de cegar alguém: que as escolhas nos últimos anos são sempre para indumentárias brilhantes, cheias de glitter e lantejoulas. Tende cuidado com os feixes de luz e para onde os apontam, malta, é extremamente perigoso. Deveriam pôr um sinal nisso.

2. Doze passas. Contamos 12 passas, pedimos 12 desejos e vai ser tudo espectacular! Em primeiro lugar: porquê passas? Não podia ser algo mais guloso tipo gummy bears? É que algo engelhado com cor de cocó não pode ser um bom prenúncio para os 12 meses que se seguem. Em segundo, quem é que tem imaginação para 12 desejos?! Eu vou no primeiro e às tantas já estou a comer as passas todas seguidas, uma atrás da outra em modo mecânico, como se estivesse a gostar.

3. Passar para cima da cadeira e saltar às doze badaladas. Ou estar ao pé coxinho com a perna direita no chão para se entrar com o pé direito no ano, como se fosse uma portinha pela qual passamos para entrar num evento. Estas só me fazem rir. Adicionamos a carteira com dinheiro a estes preparativos e está tudo feito. Mas espero que o novo ano aceite cartão, que nunca tenho trocos.

4. Bater com tampas de panelas à janela. Uma pergunta: pa-ra-quê? Fazer barulho, ok. Mas para quê? Com que intuito? Acordar os que não são supersticiosos? Ouvir-se do outro lado do país? Verificar que não somos surdos, mas que se continuarmos podemos ficar? Talvez.

5. Fogo de artifício. Sim, é bonito de se ver. Festivo, colorido... Bonito de se ouvir? Nem por isso. Cães e retornados de guerra devem concordar comigo. Pelo menos para mim tem o mesmo efeito que se uma bomba detonasse ao meu lado. Se calhar não é tão destrutivo, mas o efeito é muito semelhante.

Estas foram algumas das que me lembrei e que só este ano é que parei para pensar no assunto. Este ano não fiz nenhuma delas, será que vou ter azar? Se calhar vamos todos que parece 2020 outra vez.

Bom ano!