terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Este ano é que vai ser!

Ano novo, vida nova. É o que dizem. Muda das 23h59 para as 24h e a malta acredita que vai ser tudo diferente. A diferença que um minuto faz, não é? 'Tá fixe. Mas não é só esta mágica de minutos que me interpela. Esta é uma época envolta numa série de tradições e costumes que já todos fizémos sem pensar muito no assunto, mas que se pensarmos bem, não têm muito sentido. Por exemplo:

1. A roupa. Como se a cor da roupa ou a novidade da mesma tivesse algum tipo de influência sobre os dias que se seguem. Vou vestir umas cuecas azuis para atrair boa sorte ou umas vermelhas para ser presenteado com o amor da minha vida, entre outras cores. O ano está mesmo a espreitar por debaixo da saia, feito tarado, para ver o que temos vestido, claro. E nós não fazemos queixa de assédio, porque vá, isso vai definir os próximos 365 dias. Pronto, para além disso vou também vestir uma roupitxa nova para combinar com o ano que, uau, também é novo. Isso e a tentativa de cegar alguém: que as escolhas nos últimos anos são sempre para indumentárias brilhantes, cheias de glitter e lantejoulas. Tende cuidado com os feixes de luz e para onde os apontam, malta, é extremamente perigoso. Deveriam pôr um sinal nisso.

2. Doze passas. Contamos 12 passas, pedimos 12 desejos e vai ser tudo espectacular! Em primeiro lugar: porquê passas? Não podia ser algo mais guloso tipo gummy bears? É que algo engelhado com cor de cocó não pode ser um bom prenúncio para os 12 meses que se seguem. Em segundo, quem é que tem imaginação para 12 desejos?! Eu vou no primeiro e às tantas já estou a comer as passas todas seguidas, uma atrás da outra em modo mecânico, como se estivesse a gostar.

3. Passar para cima da cadeira e saltar às doze badaladas. Ou estar ao pé coxinho com a perna direita no chão para se entrar com o pé direito no ano, como se fosse uma portinha pela qual passamos para entrar num evento. Estas só me fazem rir. Adicionamos a carteira com dinheiro a estes preparativos e está tudo feito. Mas espero que o novo ano aceite cartão, que nunca tenho trocos.

4. Bater com tampas de panelas à janela. Uma pergunta: pa-ra-quê? Fazer barulho, ok. Mas para quê? Com que intuito? Acordar os que não são supersticiosos? Ouvir-se do outro lado do país? Verificar que não somos surdos, mas que se continuarmos podemos ficar? Talvez.

5. Fogo de artifício. Sim, é bonito de se ver. Festivo, colorido... Bonito de se ouvir? Nem por isso. Cães e retornados de guerra devem concordar comigo. Pelo menos para mim tem o mesmo efeito que se uma bomba detonasse ao meu lado. Se calhar não é tão destrutivo, mas o efeito é muito semelhante.

Estas foram algumas das que me lembrei e que só este ano é que parei para pensar no assunto. Este ano não fiz nenhuma delas, será que vou ter azar? Se calhar vamos todos que parece 2020 outra vez.

Bom ano!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Será que vamos apanhá-lo todos?

Ahh, pandemia... Andavam há muito a ameaçar o fim do mundo: o efeito de estufa, explosões, armas, robôs... e depois o que é que vem? Um bicho invisível. Giro. A natureza lá arranjou forma de apimentar as coisas com algo que nem se vê.
Há muito tempo que vivemos numa pandemia: a da estupidez humana. Difícil, certo, mas não letal. Vamos morrendo aos pouquinhos por dentro e dá-nos um certo prurido no pâncreas, mas sobrevivemos. E às vezes até nos dá para rir. Às vezes. Mas de repente termos uma pandemia com um bicho que tem um penteado esquisito e decide mandar bitaites é que é relativamente chato.
Não é que alguns dos bitaites não sejam acertados, mas vá... Vou analisar alguns:
- Distanciamento social - ADORO! Eu pessoalmente já o tentava praticar antes, mas nunca era recíproco... Adoro não ter pessoas a cheirar-me as envolvências ou a tentar saltar-me para as cavalitas  em filas. Só é pena nem todos pensarmos assim, mesmo após 2 anos nisto.
- Cumprimentar pessoas com fist-bump, hi-5s e até com cotovelos também é algo que me apraz. 1- muito mais fixe. 2- adoro não ter de dar beijinhos. (sendo que um "sintam-se todos cumprimentados" acopulado de um aceno já era a minha forma favorita dizer olá).
- lavar frequentemente as mãos e desinfectar objectos e superfícies também não me parece um mau princípio, se bem que já deveria fazer parte do meio e eventualmente do fim.
Pronto, o Cobids não trouxe ideias totalmente descabidas, mas é assim, posso dizer que há outras coisas que já me irritam um bocadinho: as máscaras. Não é que não sejam úteis em várias circunstâncias, como por exemplo quando tens um bocado de alface no dente, no facto de conseguir conter o mau hálito para as pessoas envolventes (que a própria tem de gramar com o seu aroma), ajudou-nos a desenvolver todo um dialecto apenas com o olhar ou até por nos ter fortalecido a imaginação. Fortalecer a imaginação? Sim, nunca vos aconteceu conhecer alguém com máscara e, ao fim de um tempo, esse alguém a retira e pensas: "ai valha-nos Deus que não imaginava o resto da cara assim!?" É tramado. Mas no geral já chateia... Ficar com humidades na cara e com aquele pinguinho no nariz não é extremamente agradável, e o meu acne tardio já era eficaz por ele próprio, não precisava nada desta ajudinha externa.
Para nem falar das picas... Não se preocupem, não sou anti-vacinas, tomei-as a todas em piquena e em adulta, só gostava era de não ter de ser injectável, vá.
Mas acho que a pior cena desta bicheza é mesmo o facto de parecer um Pokémon - já evoluiu quantas vezes? Vai evoluir quantas mais? Porque é que cada país decidiu que queria ter a sua própria versão do covid, e pior ainda, decidiu que a queria partilhar com o resto do mundo? Normalmente somos tão egoístas, mas nesta situação, decidimos partilhar. Top. (Todos menos nós. Grandes portugueses! Assim é que é, não nos damos ao trabalho nem damos trabalho.)

Já vamos na 5ª vaga (ainda hoje me questiono como raio fazem esta contagem. Qual é o evento que faz o ponto de viragem? O que é que acontece para eles decidirem que já passou para a próxima? Giros.) e ainda há coisas que não estão interiorizadas. Continuamos a viver no nosso mundinho e a não respeitar os que nos rodeiam. Não percebemos que as nossas decisões implicam o outro, sejam elas boas ou más porque não estamos sozinhos no planeta Terra. Infelizmente a pandemia da estupidez humana sobrepõe-se à pandemia da covid-19.

Já renovou para a 5ª temporada. Era fixe que saísse a temporada completa e não um episódio por semana. Esperamos pelos próximos episódios.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Reanimação sem apoio porque aqui não preciso

De repente deu saudades de voltar a escrever. Escrever o quê? Pensamentos parvos, com ou sem nexo? Para rir ou para chorar... No fundo, qualquer dejecção que me vier à ideia!

Vamos lá reanimar este bicho, porque pelo menos para este não preciso de ligar a ninguém.


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Língua Portuguesa: expressões e significados

"- Isso fica lá para cascos de rolha!"

"Cascos de rolha"... é mais ou menos um cavalo com sapatos de cortiça!
É só o que consigo imaginar!
Fica a partilha.
Com licença.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Utopia

Estava aqui a fazer nenhum e de repente lembrei-me de uma coisa relativamente à crise: "ah e tal há falta de dinheiro em Portugal." Então pensem comigo: o dinheiro é feito de papel, certo? Pelo menos as notas, né... Ok que é um papel todo quitado e quês, cheio de bandas brilhantes e corezinhas fofas... mas de qualquer forma há-de ser feito por uma máquina, não?
Ora então, deixo aqui uma sugestão: e porque não fazer um investimento numa dessas máquinas (deve ser cara, mas também pensemos que é um investimento a longo prazo, vá), fazer mais dinheiro e distribuir pelos habitantes de nacionalidade portuguesa? Tipo andamos p'ráqui a lutar diariamente por esta cena que inventámos, para facilitar as coisas (suponho eu) mas que no fundo não facilita nada! Assim deixavam de existir estes problemas de crise e blábláblá... E podiamos aproveitar melhor as coisas boas da vida!
Fica a dica.


Às vezes quando estou na casa-de-banho surgem-me epifanias.
Peço desculpa. Vou tentar que não volte a acontecer.




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Gíria: dor de cotovelo

Bem, hoje vou falar acerca da dor de cotovelo.
Eu sei que a real é bem lixada, que eu já a tive. Dói para xuxu! Mas isto relativamente ao sentido literal quando se leva uma pancada forte no cotovelo que gera uma dor forte e prolongada, ou devido a um osso fora do sítio, uma tendinite ou qualquer outro tipo de condição física que se encaixe dentro de um quadro medicinal.
No entanto questiono-me acerca daquelas pessoas que têm dor de cotovelo no plano alegórico. Isto a vários níveis, por exemplo: Qual será a sua intensidade? Em termos comparáveis, será que dói mais ou menos do que a física? Será que, apesar de ser apenas no sentido figurativo, dói na mesma no cotovelo? Qual é o tipo de dor: pontada, picada, tipo moinha...?
Juro que isto são mesmo dúvidas que me afligem, a sério... Estou até a pensar fazer um estudo de caso. É que, na minha vida tenho uma amostra tão grande de seres que padecem deste tipo de dor que acho que os resultados seriam fidedignos e úteis para a saúde. Se calhar.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Piropos

Bem, hoje o tema é sobre piropos.
Eu não percebo porque é que os homens mandam piropos a raparigas na rua. Qual é o intuito? O que é que conseguem com isso?
"- Oh boa!" - uuuiii! Já fiquei aqui que não posso!! Muito obrigado. Fico lisonjeada com o elogio e com tamanha delicadeza, a sério! Mas não vai passar daí..
Juro pensar que qualquer trolha que se preze tem de mandar o seu tão característico piropo. Aliás, se um homem vulgar que passe na rua, jovem até, por algum motivo se lembre de pronunciar tal expressão/frase para demonstrar apreciação física por uma rapariga que cruze o seu caminho, creio que lhe darão a equivalência a trolha. Pode parar por aí que já tem o futuro traçado.
Ok que alguns até são imaginativos: "Tanta terra para lavrar e o meu arado a ganhar ferrugem" ou "se cair já sei onde me agarrar", ou ainda "Diz-me como te chamas para te pedir ao pai natal"... sinceramente nem sei como se lembram destas pérolas! E o problema é que existe toda uma lista de onde estes saíram...
Mas a sério, o que é que pretendem? Qual é o objectivo destas dicas? Acreditam que toda e qualquer rapariga fica rendida aos encantos gramaticais clamados como quem grita? Acham que conseguem seduzir uma mulher com esses ditados exclamados de cima de um andaime?
Tenho uma notícia para vos dar: isso não excita ninguém. Provoca sim; exalta, sim; mas principalmente irrita.
Não pode um ser do sexo feminino decidir aproveitar um dia solarengo para fazer uma caminhada, para vencer o sedentarismo de andar de carro ou de transportes públicos, quando no seu destino se cruza com algum imóvel em obras, rodeado de andaimes que, por sua vez, se encontram preenchidos com alguns exemplares destes seres de roupa pintalgada que lá decidem interagir desta forma... Isto devia ser proibido, nem que fosse por ser um atentado à promoção de exercício físico gratuito! É que nem dá vontade de caminhar. Ou então a alternativa seria fazê-lo de fato macaco de gola alta e com botins, garantindo que apenas uma quantidade mínima de pele se mantinha exposta à luz solar ou apta a qualquer tipo de contacto visual de operários de construção civil.
A sério que não vão a lado nenhum com estas atitudes. Estou a ser sincera. Deixem-se lá disso e devolvam às raparigas os dias soalheiros e a vontade de fazer percursos a pé.

Espero que tenham percebido a mensagem.
Se não, aqui fica o resumo: piropos não, por favor. Não é giro. Não é sedutor e não roça sequer a linha do elogio.